Por Raphael Oliveira
Se continuarmos em quarentena, com a economia totalmente paralisada, caminhamos com robustez para a maior crise econômica de toda a história brasileira que se tem notícia, podendo ter um cenário desastroso alcançando o seu pico nos próximos 60 dias. Neste momento, caso as medidas de isolamento social se mantenham, é preciso ganhar fôlego neste panorama extremamente devastador que se agiganta para as finanças de todos nós. Poderíamos alterar as palavras relativas a economia até aqui para saúde ou coronavírus, mas estamos falando de sobrevivência no sentido de falta de dinheiro e recursos mesmo.
Bolsas despencaram. Aqui no Brasil bateu recorde histórico chegando aos 120 mil pontos no início do ano. Ou seja, empresas perderam mais da metade do valor, em média. Isso significa perda de emprego e desvalorização da moeda. Com o colapso, em três meses a recessão é eminente e o comércio, incluindo muitas fábricas, terão de fechar suas portas.
E agora? Como faremos? Para iniciar, com a total redução das vendas ou de receitas das empresas é preciso convocar toda a equipe e mobilizar para reduzir gastos do dia-a-dia. É essencial priorizar a análise das despesas, reduzindo ou até mesmo eliminando os gastos variáveis, aqueles relacionados diretamente com a quantidade produzida ou vendida, onde há contratação para uma determinada empreitada, por exemplo.
É o momento também de renegociar com os bancos, que estarão muito mais abertos a negociação, até para poder reduzir o impacto da inadimplência que, infelizmente, e sem dúvida alguma, irá ocorrer totalmente fora da curva e de qualquer projeção que não seja de horror. Lembrando que, nesse caso, é preciso uma carência bem razoável para a 1ª parcela. Também adiar os pagamentos de impostos, porque o Governo irá propiciar, certamente, maior flexibilidade para essas quitações.
Necessário ter criatividade para encontrar novas receitas, com lançamento de serviços e/ou produtos, como fortalecer televendas, e-commerce, serviços remotos, promoções do estoque e principalmente de produtos da curva C. Além disso, a criação de produtos coligados ao seu produto principal, que não são produzidos ou comercializados, mas, no momento atual, tem uma demanda maior.
Infelizmente, também serão necessários os cortes para que as empresas se mantenha vivas. É pensar na perspectiva que envolve férias, banco de horas, para ainda tentar evitar as demissões dos funcionários. Negociar valores e prazos com fornecedores e parceiros e “ter estômago” para suportar as cobranças das dívidas.
Assim, não há qualquer dúvida que o coronavírus irá afetar totalmente a economia de 2020 e alguns setores não irão se recuperar mais neste ano. Mas, ainda confiante de que muitos setores irão acelerar novamente, após a adoção dessas medidas que eu citei, aliadas as medidas que os Governos têm em curso para amenizar a situação caótica.
Para manter o negócio funcionando é preciso coragem, em que as medidas restritivas de fechamento do comércio e do bloqueio da vida econômica acontecem em virtude do Covid-19. O momento de tomar decisões é agora! Now! Não é possível demorar, um dia pode fazer grande diferença nesse momento!
Raphael Oliveira é consultor de gestão,
formado em Administração de Empresas e Sistemas de Informações.
MBA em Gestão de projetos e finanças pela FGV/SP.
É diretor da Northcomm Consultoria em Gestão Estratégica.
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